Por Emerson Pereira – Fotos Divulgação VW
Há 68 anos, saía da linha de montagem da Fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, a primeira Kombi brasileira. O utilitário, que se tornou um dos maiores ícones da Volkswagen, foi o primeiro modelo produzido pela montadora no País e seguiu em fabricação até 2013 — superando, em longevidade, até mesmo a Alemanha, sua terra natal.

A linha de produção da Kombi foi inaugurada antes mesmo da abertura oficial da planta da Volkswagen, em 1959, com metade dos componentes já de origem nacional. Apenas quatro anos depois, a taxa de nacionalização havia chegado a 95%, consolidando o veículo como peça-chave no desenvolvimento da indústria automotiva brasileira.
No Brasil, a Kombi não apenas inaugurou a produção da fábrica da Volkswagen — a primeira da empresa fora da Alemanha —, como também teve a vida mais longa em linha: 56 anos ininterruptos, entre 1957 e 2013. Em comparação, na Alemanha, o modelo foi produzido entre 1950 e 1979, e no México até 1995.
Ao longo de sua trajetória, o veículo acompanhou a rotina dos brasileiros, seja no transporte de famílias, mercadorias ou até mesmo como base para versões especiais. Entre as mudanças mais marcantes estiveram a transição dos motores refrigerados a ar para o 1.4 a água e a despedida em 2013, com a série limitada Last Edition, restrita a 1.200 unidades.

As últimas Kombis produzidas no mundo seguem preservadas na chamada Garagem VW. Entre elas estão a Last Edition de número 0056, com apenas 67 km rodados, e as últimas versões Standard e Furgão, ambas na cor branca e com pouco mais de 40 km no hodômetro.
Mais do que um veículo, a Kombi se consolidou como parte da memória afetiva e industrial do Brasil, tornando-se um símbolo da mobilidade e da própria história da Volkswagen no País.