Bugatti Rimac questiona potência do novo supercarro elétrico da BYD

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O anúncio do supercarro elétrico Yangwang U9 Nürburgring Edition, da chinesa BYD, causou alvoroço no mercado automotivo ao prometer uma potência impressionante de 3.000 cavalos. No entanto, o CEO da Bugatti Rimac, Mate Rimac, colocou em xeque a viabilidade técnica dessa configuração, gerando uma discussão pública sobre os limites reais da tecnologia de baterias em hipercarros elétricos.

Foto: Divulgação.

A crítica de Rimac: potência no papel versus realidade

Em comentários publicados em grupos automotivos no Facebook, Rimac analisou as especificações do U9 e apontou que o modelo utiliza uma bateria de fosfato de ferro e lítio (LFP) de 80 kWh — tecnologia comum em veículos elétricos chineses por seu baixo custo e alta durabilidade. Segundo o executivo, esse tipo de bateria não suporta taxas de descarga suficientemente altas para sustentar os 3.000 cv anunciados.

Para atingir tal potência, seria necessário um índice de descarga de 20+C, o que significa esgotar toda a carga da bateria em apenas três minutos. Rimac considera esse cenário improvável com células LFP, que são menos eficientes em fornecer energia em picos extremos.

Comparações com o Nevera e limitações práticas

Rimac, que liderou o desenvolvimento do hipercarro elétrico Nevera — com 2.012 cv — reconhece que mesmo seu modelo enfrenta limitações de tração e aderência. Ele observa que, no caso do U9, a entrega de potência por roda pode oferecer flexibilidade em curvas, mas a tração seria um obstáculo significativo, especialmente abaixo de 240 km/h.

Além disso, o executivo sugere que a BYD pode ter somado a potência máxima de cada motor individualmente, sem considerar se todos operam simultaneamente em pico. Essa prática, segundo ele, pode inflar os números no papel, mas não se traduz necessariamente em desempenho real na pista.

O impacto no mercado de hipercarros

Apesar de a BYD não ter declarado intenção de competir pelo recorde de Nürburgring, a provocação de Rimac reacende o debate sobre transparência nas especificações de veículos elétricos de alto desempenho. Enquanto o Nevera mantém 24 recordes de aceleração e desempenho, o U9 ainda precisa provar sua capacidade em testes práticos.

A disputa entre marcas tradicionais e novos players chineses mostra que o mercado de hipercarros está cada vez mais competitivo — e que os números divulgados precisam ser acompanhados de validação técnica.

Com informações do News Motor.

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