O Toyota Corolla é sinônimo de confiabilidade no Brasil. Com décadas de liderança em vendas e uma reputação quase inabalável, o sedã japonês é visto como um dos carros mais duráveis do mercado. No entanto, uma recomendação oficial das concessionárias da marca no país está gerando surpresa — e indignação: não abasteça seu Corolla com etanol.

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O problema não está no combustível
Apesar de o Brasil ser referência mundial no uso de etanol como combustível limpo e renovável, o Corolla com motor de injeção direta apresenta falhas nos bicos injetores quando abastecido com esse tipo de combustível. A origem do problema? Os componentes do sistema de injeção são importados da Turquia, onde o modelo é projetado para rodar exclusivamente com gasolina.
Ao contrário de outras montadoras que adaptam seus motores para o mercado brasileiro, a Toyota não aplicou o tratamento necessário para que os injetores suportem o etanol. O resultado são falhas recorrentes, marcha lenta irregular e até necessidade de substituição precoce das peças.
Hilux e SW4 também enfrentam falhas
A investigação revelou que os problemas não se limitam ao Corolla. As picapes Hilux e SW4 também estão apresentando falhas graves na bomba de alta pressão do motor a diesel. Segundo análises técnicas, alterações na liga metálica do pistão — com aumento de cobalto — reduziram a resistência do componente, provocando quebra da corrente e apagões inesperados do motor.
Reputação blindada?
Curiosamente, enquanto falhas semelhantes em marcas como Chevrolet ou Fiat geram alvoroço nas redes sociais, os problemas da Toyota passam quase despercebidos. No site Reclame Aqui, há poucos registros sobre o defeito, o que levanta questionamentos sobre o poder da imagem da marca japonesa no Brasil.
Mesmo com relatos de motoristas que enfrentaram prejuízos e orientações explícitas das concessionárias para evitar o uso de etanol, o Corolla continua sendo comprado “de olhos fechados”. A confiança na marca parece resistir até mesmo a falhas técnicas que poderiam ser evitadas com uma simples adequação ao mercado nacional.
Etanol: vilão ou vítima?
A polêmica escancara uma contradição: enquanto o mundo avança em direção a combustíveis sustentáveis, a Toyota no Brasil recomenda evitar o etanol — não por falhas no combustível, mas por falta de preparo técnico. O caso levanta um alerta sobre a importância de adaptar tecnologias globais às realidades locais.
Com informações do News Motor.