A Renault prepara uma ofensiva estratégica no mercado latino-americano de veículos eletrificados. Em parceria com a chinesa Geely, a montadora francesa deve lançar uma nova linha de SUVs elétricos e híbridos plug-in a partir de 2026, utilizando a plataforma GEA (Geely Electric Architecture), considerada uma das mais avançadas do setor. A iniciativa tem como objetivo direto enfrentar o crescimento acelerado da BYD, que vem consolidando sua liderança na região com modelos acessíveis e tecnologicamente sofisticados.
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A colaboração entre Renault e Geely não é recente. Desde 2022, as duas empresas mantêm acordos industriais e tecnológicos, incluindo a joint venture Horse, voltada à produção de motores. Agora, a parceria avança para o desenvolvimento de veículos eletrificados, com a Renault responsável pelo design e carroceria, enquanto a Geely fornece o chassi e a arquitetura modular. Essa divisão de tarefas visa reduzir custos e acelerar o processo de produção.
A plataforma GEA, derivada da SEA (Sustainable Experience Architecture), já é utilizada em modelos como o Volvo EX30 e o Zeekr X. Ela permite a criação de veículos com diferentes dimensões e configurações, otimizando o espaço interno e oferecendo flexibilidade para motorização elétrica ou híbrida. O primeiro modelo fruto dessa colaboração será um SUV híbrido baseado no Monjaro L, já avistado em testes no Brasil. A expectativa é que ele chegue ao mercado até 2026, competindo diretamente com o BYD Atto 3.
Além do desenvolvimento de novos modelos, a Renault planeja expandir a produção nacional desses veículos em sua fábrica de São José dos Pinhais (PR), embora essa etapa ainda esteja em fase de aprovação. Paralelamente, a Geely iniciou sua operação comercial no Brasil com o SUV elétrico EX5, vendido em 23 concessionárias distribuídas por 19 cidades. A Renault é responsável pela importação e gestão da rede, reforçando o alinhamento estratégico entre as marcas.
A entrada da Renault no segmento de SUVs elétricos com tecnologia Geely representa uma tentativa clara de reposicionamento frente à crescente influência da BYD. A francesa aposta em uma combinação de design europeu, engenharia chinesa e produção local para oferecer ao consumidor latino-americano uma alternativa competitiva em preço, desempenho e inovação.
Se confirmada, a produção nacional desses modelos poderá ampliar o acesso a veículos eletrificados no Brasil, impulsionar a cadeia industrial e acelerar a transição energética no setor automotivo. A disputa pelo mercado latino-americano de elétricos está apenas começando, e a parceria Renault-Geely promete ser um dos capítulos mais relevantes dessa transformação.
Com informações do Garagem 360.
