VLT Carioca cresce 18% em número de passageiros e reforça papel na mobilidade urbana do Rio

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O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) Carioca registrou um aumento de 18% no número de passageiros transportados entre janeiro e junho de 2025, totalizando 13 milhões de usuários no período. O crescimento representa dois milhões de passageiros a mais em relação ao mesmo semestre do ano anterior e consolida o modal como peça-chave na revitalização da região central do Rio de Janeiro.

Foto: Alex Ferro/Motiva.

Segundo a operadora Motiva Mobilidade, o desempenho é atribuído à operação plena da nova Linha 4, que conecta o Aeroporto Santos Dumont ao Terminal Intermodal Gentileza. Essa integração permite que o passageiro transite entre o VLT, o BRT e outras modalidades de transporte, ampliando a cobertura e a eficiência do sistema.

Além da expansão da malha, a requalificação urbana do centro da cidade tem contribuído para a mudança no perfil dos usuários. De acordo com Aline Leite, coordenadora de mobilidade urbana do ITDP Brasil, o VLT passou a atrair não apenas trabalhadores, mas também famílias, turistas e estudantes. O trajeto inclui pontos culturais e históricos como o Museu do Amanhã, a Praça Mauá e a Pedra do Sal, tornando o transporte parte da experiência urbana.

A qualidade da viagem também é apontada como diferencial. O VLT oferece conforto, acessibilidade, baixo ruído e não emite poluentes, o que o torna mais atrativo em comparação com ônibus e trens convencionais.

Apesar dos avanços, o sistema enfrenta desafios estruturais e financeiros. A tarifa atual é de R$ 4,70 e o VLT Carioca opera sem subsídio público, o que levanta preocupações sobre a sustentabilidade do modelo. Aline Leite defende que a tarifa não deve ser o único pilar de financiamento e que é necessário apoio institucional para garantir a continuidade do serviço.

Outro ponto crítico é a transição para o sistema de bilhetagem digital “Jaé”, que ainda gera dúvidas entre os usuários. A falta de comunicação clara sobre o funcionamento do novo sistema tem causado insegurança e pode comprometer a adesão.

A infraestrutura das estações também demanda melhorias. Há relatos de sinalização precária, ausência de painéis informativos e iluminação insuficiente em algumas paradas, o que afeta especialmente a segurança de mulheres e novos usuários.

José Carlos, gerente de manutenção da Motiva, afirma que a empresa está trabalhando em conjunto com o poder público para resolver esses gargalos. Estão em andamento ações para atualizar a sinalização, melhorar a iluminação e integrar visualmente o VLT com outros modais.

A expansão do sistema para outras regiões da cidade está em estudo, com destaque para uma possível extensão até São Cristóvão. No entanto, a viabilidade depende de políticas públicas estruturadas e investimentos contínuos.

A experiência do VLT Carioca reforça seu potencial como solução de média capacidade para centros urbanos densos e turísticos. Para especialistas, o sucesso do modal no Rio pode servir de referência para outras cidades brasileiras, desde que integrado ao planejamento urbano e às necessidades reais da população.

Com informações do Estadão Mobilidade.

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