Carros flex: verdades, mitos e cuidados que todo motorista deve conhecer

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Desde que os motores bicombustíveis se popularizaram no Brasil, os carros flex se tornaram uma escolha dominante entre os consumidores. Capazes de funcionar com gasolina, etanol ou qualquer mistura entre os dois, esses veículos oferecem versatilidade e adaptação às variações de preço dos combustíveis. No entanto, mesmo com mais de uma década de presença no mercado, ainda existem muitas dúvidas — e alguns mitos — sobre seu funcionamento, desempenho e impactos ambientais.

Foto: Divulgação.

Como funciona o motor flex?

O coração da tecnologia flex está na sonda lambda, um sensor que identifica o tipo de combustível presente no tanque e ajusta automaticamente a mistura ar-combustível e o tempo de ignição. Isso significa que o carro pode rodar com qualquer proporção entre gasolina e etanol, sem necessidade de intervenção do motorista.

Por exemplo, se houver 90% de gasolina e 10% de etanol, o sistema eletrônico adapta o funcionamento do motor para garantir o melhor desempenho possível. Essa flexibilidade é o que torna o sistema tão eficiente — desde que o combustível seja de qualidade e o veículo esteja com a manutenção em dia.

Etanol ou gasolina: qual escolher?

A escolha entre gasolina e etanol depende de três fatores principais:

  • Autonomia: a gasolina oferece maior rendimento por litro, sendo ideal para quem percorre longas distâncias.
  • Desempenho: o etanol proporciona respostas mais rápidas do motor, com torque mais elevado em baixas rotações.
  • Custo-benefício: a famosa regra dos 70% sugere que o etanol só compensa se seu preço for inferior a 70% do valor da gasolina. No entanto, essa regra pode variar conforme o modelo do carro e o estilo de condução.

Etanol em dias frios: atenção ao tanquinho

Em temperaturas baixas, o etanol pode dificultar a partida do motor. Por isso, muitos carros flex contam com um tanquinho auxiliar de gasolina, usado exclusivamente para partidas a frio. Se esse reservatório estiver vazio, o carro pode apresentar falhas na ignição, especialmente em trajetos curtos onde o motor não aquece o suficiente para que a sonda lambda faça a leitura correta.

Combustíveis alternativos: cuidado com improvisos

Durante crises de abastecimento, alguns motoristas tentaram usar álcool de cozinha como substituto do etanol. Embora o álcool puro (96°GL) seja quimicamente semelhante ao etanol combustível, o produto vendido em supermercados contém até 46% de água, o que pode causar corrosão, falhas na combustão e danos ao motor.

Impacto ambiental e manutenção

O etanol é considerado um combustível mais limpo, pois sua queima não gera depósitos carboníferos no sistema de escape. Isso reduz a necessidade de descarbonização e contribui para menores emissões de CO₂. Por outro lado, a gasolina, por ser mais oleosa, oferece melhor lubrificação interna, o que pode ser benéfico para a durabilidade de componentes como válvulas e bicos injetores.

Alternância entre combustíveis: pode prejudicar?

Especialistas recomendam seguir as orientações do fabricante quanto à alternância entre gasolina e etanol. Embora o sistema flex suporte essa troca, o uso frequente de combustíveis de má qualidade ou a alternância sem critério pode causar carbonização das velas, entupimento de bicos injetores e falhas na ignição.

Com informações do News Motor.

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