Gasolina E30 promete ganhos ambientais, mas pode afetar desempenho e durabilidade dos motores

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Com o objetivo de reduzir as emissões de carbono, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) autorizou recentemente a comercialização da gasolina E30 no Brasil — nova fórmula que pode conter até 35% de etanol anidro em sua composição. A medida, que representa um avanço na agenda de transição energética, desperta preocupações técnicas entre especialistas em mecânica automotiva, que alertam para possíveis impactos nos motores dos veículos.

Foto: Shutterstock.

De acordo com os profissionais ouvidos, o aumento do teor de etanol na gasolina está diretamente associado a alterações no sistema de combustível dos carros. Isso se deve, principalmente, à presença natural de água no etanol — cerca de 7% — que, em maior volume, pode intensificar processos de corrosão em componentes como bombas de combustível, bicos injetores e filtros.

Outro ponto de atenção são os componentes importados. Como muitos veículos no Brasil contam com peças fabricadas em países onde o uso de etanol não é significativo, essas partes podem não estar adaptadas ao alto teor alcoólico, o que compromete sua durabilidade e eficiência.

Além disso, o etanol possui menor poder calorífico em comparação à gasolina, o que pode gerar perda de desempenho e aumento no consumo de combustível, mesmo em motores flex. Os modelos antigos — especialmente os fabricados antes dos anos 2000 — e veículos importados, como híbridos a gasolina, estão entre os mais vulneráveis à nova mistura, podendo apresentar falhas no sistema de alimentação e desgaste prematuro.

Para evitar problemas, especialistas recomendam manutenções preventivas regulares, com atenção especial à troca de filtros e inspeção dos componentes do sistema de combustível. Também orientam abastecer sempre em postos confiáveis e, quando possível, utilizar aditivos antioxidantes e anticorrosivos. Para veículos mais sensíveis à nova mistura, a gasolina premium pode ser uma alternativa, embora mais onerosa.

A gasolina E30 marca uma mudança importante no setor energético brasileiro, mas seu sucesso dependerá da adaptação da frota e da conscientização de condutores e profissionais da manutenção automotiva.

Com informações do News Motor.

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