Misturar marcas de pneus no mesmo eixo: entenda os riscos e o que diz a legislação

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Pode parecer uma economia inocente ou uma solução emergencial, mas usar pneus de marcas diferentes no mesmo eixo do veículo pode comprometer seriamente a segurança. A prática, embora não seja ilegal no Brasil, é tecnicamente desaconselhada por especialistas e fabricantes.

Foto: Freepik.

Pneus são componentes fundamentais para a dirigibilidade. Suas características influenciam diretamente a frenagem, a estabilidade em curvas e o desempenho geral do carro. Ainda assim, por desconhecimento ou necessidade, motoristas seguem combinando modelos e marcas sem considerar as consequências.

Por que a padronização é importante?

Apesar de apresentarem medidas idênticas, pneus de marcas distintas podem ter diferenças significativas de construção interna, rigidez, aderência, índice de carga e velocidade máxima suportada.

Essas variáveis interferem diretamente no equilíbrio dinâmico do veículo. Quando instalados no mesmo eixo, pneus com características divergentes podem gerar instabilidade em curvas, frenagens desiguais e até falhas em sistemas de segurança como o ABS e controle de tração, que dependem de respostas padronizadas entre as rodas.

Mesma medida, desempenho diferente

Engana-se quem pensa que o problema está apenas na aparência. Por trás do desenho da banda de rodagem, cada modelo é projetado com compostos, estrutura e tecnologia própria. Isso pode resultar em respostas distintas em condições críticas, como pista molhada ou manobras bruscas.

A mistura de pneus também acelera o desgaste irregular, exigindo substituições mais frequentes e encarecendo a manutenção no longo prazo.

Diferenças entre eixos: há margem de tolerância?

Apesar de não ser o ideal, usar pneus diferentes entre os eixos dianteiro e traseiro pode ser aceitável, desde que todas as especificações técnicas (diâmetro, carga e velocidade) sejam compatíveis. Nesses casos, a recomendação de especialistas é clara: instalar os pneus em melhor estado no eixo traseiro, mesmo em veículos de tração dianteira. Isso garante maior estabilidade em situações de emergência.

Em automóveis com tração integral, os cuidados devem ser redobrados. A diferença mínima entre os pneus pode danificar o sistema de tração, o que torna indispensável seguir rigorosamente as orientações do manual do veículo.

E em casos de emergência?

O uso do estepe temporário é permitido, mas deve ser restrito à quilometragem mínima necessária até a substituição do pneu danificado. Estepes menores, comuns em muitos carros atuais, alteram o comportamento do veículo e não são projetados para uso prolongado.

O que diz a legislação brasileira?

O Código de Trânsito Brasileiro não proíbe o uso de pneus diferentes, desde que respeitem os limites de segurança e estejam em bom estado de conservação. No entanto, órgãos técnicos como o Inmetro e entidades do setor automotivo orientam pela padronização, especialmente no mesmo eixo.

Em resumo: o que o motorista deve observar

SituaçãoRecomendação
Pneus no mesmo eixoDevem ser da mesma marca e modelo
Pneus diferentes entre eixosEvitar, mas se necessário, colocar os melhores atrás
Tração integralSeguir as especificações do fabricante rigorosamente
Estepe temporárioUsar apenas em casos de emergência e por pouco tempo

Manter a uniformidade dos pneus é mais do que uma exigência técnica: é um investimento em segurança e desempenho. O barato, nesse caso, pode sair muito caro — e colocar vidas em risco.

Com informações do News Motor.

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