O mês de maio marcou uma virada histórica no mercado automotivo brasileiro: o compacto elétrico BYD Dolphin Mini não só liderou as vendas entre os veículos eletrificados, como também ultrapassou o híbrido Toyota Corolla — um dos modelos mais tradicionais do país.

Foto: Garagem 360.
Com 2.296 unidades emplacadas, o modelo chinês reafirma o avanço da mobilidade elétrica e conquista um posto que até pouco tempo parecia reservado às grandes fabricantes japonesas e europeias.
A revolução silenciosa dos elétricos
A ascensão do Dolphin Mini é resultado de uma combinação estratégica: preço competitivo, bom nível de tecnologia embarcada e eficiência energética. Posicionado entre os modelos mais acessíveis do segmento, o compacto da BYD vem ganhando o gosto do consumidor brasileiro em busca de alternativas sustentáveis — sem abrir mão da economia.
A vitória sobre o Corolla híbrido — que vendeu 348 unidades no período — não é apenas simbólica: é reflexo direto de uma mudança de comportamento do consumidor, que está reavaliando prioridades ao escolher seu próximo carro. Até modelos premium como o BYD Seal e o Volvo EX30 superaram o sedã japonês, sugerindo que preço não é mais o único fator decisivo nesse nicho.
Números que mostram uma nova era
Além do Dolphin Mini, outros modelos da BYD também aparecem entre os mais vendidos:
- BYD Song Pro GS (1.698 unidades)
- BYD Dolphin GS (1.576)
- BYD King (803)
Modelos como o Fiat Pulse Audace híbrido leve (12V) e o Fastback Audace híbrido também figuram entre os mais vendidos, mas com desempenho inferior. Até mesmo o Corolla Cross híbrido enfrentou turbulência nas vendas, ficando com 614 emplacamentos, quase sendo superado pelo SUV híbrido plug-in GWM Tank 300, conhecido por seu apelo visual e alta tecnologia.
Quem está dominando o mercado?
No panorama geral, a liderança da BYD é avassaladora: a fabricante detém 42,2% de participação entre os eletrificados, bem à frente de Fiat (19,3%), GWM (14,4%), Toyota (5,7%) e Mercedes-Benz (3,7%).
Apesar de uma leve retração de 0,6% em relação a abril, a montadora chinesa mantém ampla vantagem, mesmo diante da chegada de novas marcas ao país como Omoda, Jaecoo e GAC.
Por que isso importa?
A guinada da BYD pressiona montadoras tradicionais a repensarem suas estratégias de eletrificação e acelera a transformação do mercado nacional. Com incentivos públicos ainda tímidos e uma infraestrutura de recarga em desenvolvimento, o desempenho da BYD mostra que a demanda por elétricos já é realidade — impulsionada principalmente pelo custo-benefício e pela mudança de percepção do consumidor.
E o que vem por aí?
O sucesso do Dolphin Mini mostra que a eletrificação no Brasil já deixou de ser uma tendência para se tornar um movimento concreto. Com um portfólio cada vez mais robusto, a expectativa é que a BYD continue liderando as vendas nos próximos meses.
Enquanto isso, as gigantes do setor se veem obrigadas a reagir, seja com novas versões híbridas ou com o lançamento de modelos 100% elétricos — o que pode significar uma disputa ainda mais acirrada no segundo semestre.
Com informações do Garagem 360.