Pesquisa revela dificuldades financeiras de trabalhadores de aplicativo no Brasil

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Um levantamento realizado pela fintech GigU e pela Jangada Consultoria de Comunicação revelou que 41% dos trabalhadores de aplicativo no Brasil não conseguem pagar suas contas básicas mensais. A pesquisa, feita de forma online, entrevistou 951 profissionais de mais de 100 cidades brasileiras, sendo 88,2% motoristas e 7% entregadores.

Foto: Rostislav Sedlacek/Adobe Stock

Baixa remuneração e altos custos operacionais

O estudo apontou que 49,4% dos entrevistados gastam mais de R$ 1,5 mil por mês para manter a atividade, incluindo despesas com combustível, manutenção do veículo e alimentação. Além disso, 74,6% afirmaram ganhar até R$ 2 mil mensais, enquanto 72,8% já deixaram de pagar contas básicas, como luz, água e gás.

Outro dado relevante é que 54,4% dos trabalhadores atuam em dois ou mais aplicativos, e 50,2% trabalham mais de oito horas por dia, evidenciando a necessidade de múltiplas fontes de renda para cobrir os custos da atividade.

Motivos para ingressar no setor

A pesquisa revelou que 66% dos trabalhadores atuam por necessidade, sendo que 35,4% entraram no setor devido ao desemprego, enquanto 38% utilizam os aplicativos como complemento de renda. Apesar da flexibilidade de horário ser um atrativo para 31,5% dos entrevistados, 46,1% afirmam que continuarão no serviço até conseguirem algo melhor, e 31,9% deixariam o trabalho imediatamente se tivessem outra oportunidade com melhor remuneração.

Críticas às plataformas e demandas dos trabalhadores

O estudo também revelou uma crise de confiança entre os trabalhadores e as empresas de aplicativos. Mais de 60% dos entrevistados afirmam que há falta de transparência sobre taxas, valores e bloqueios, e seis em cada dez profissionais consideram o suporte das plataformas ruim ou muito ruim.

Entre as principais reivindicações dos trabalhadores estão:

  • Melhoria na remuneração por corrida (97,4%)
  • Redução das taxas cobradas pelas plataformas (72,7%)
  • Maior transparência e melhor suporte (56,9%)
  • Benefícios básicos, como plano de saúde e previdência (42,8%)

Apesar das dificuldades financeiras, o número de trabalhadores de aplicativo continua crescendo no Brasil. Dados do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) indicam que, em 2024, havia 1,7 milhão de motoristas de Uber, um crescimento de 35% em relação a 2022.

A pesquisa reforça a necessidade de debates sobre regulamentação e melhores condições de trabalho para esses profissionais, que enfrentam desafios diários para manter sua renda e sustento.

Com informações do Estadão Mobilidade.

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