Durante o Summit Mobilidade 2025, realizado no Teatro Bravos, em São Paulo, executivos e especialistas do setor automotivo discutiram os principais desafios enfrentados pela indústria brasileira. O painel “A perspectiva da indústria: o Brasil como protagonista” reuniu nomes como Rogelio Golfarb (consultor), Ricardo Bastos (GWM Brasil), Mauro Luis Correia (HPE Automotores) e Danilo Rodil (GAC).

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Redução da carga tributária e necessidade de escala
O consultor Rogelio Golfarb destacou que o maior problema da indústria automotiva no Brasil não é a falta de incentivos, mas sim a carga tributária excessiva, que compromete a competitividade e dificulta investimentos em tecnologia e expansão. Segundo ele, a indústria precisa ser vista do ponto de vista de sua contribuição para o PIB, e o alto custo de produção impede que o país alcance seu potencial.
Mercado competitivo e investimentos estrangeiros
Danilo Rodil, da montadora chinesa GAC, ressaltou que o mercado brasileiro é altamente competitivo e que mais marcas estrangeiras estão entrando no país. A GAC pretende iniciar produção local no Brasil em 2026, após um período de importação dos veículos. Mauro Luis Correia, da HPE Automotores, mencionou que a falta de previsibilidade no fornecimento de peças compromete os investimentos no setor.
Eletrificação e política industrial
Além da necessidade de redução de impostos, os especialistas apontaram que o Brasil precisa de uma política industrial mais clara, que leve em conta o potencial tecnológico do país.
Ricardo Bastos, da GWM Brasil, destacou que a eletrificação automotiva representa uma grande oportunidade, e que sua empresa está contribuindo com engenharia e desenvolvimento para integrar soluções ao programa Mover. Golfarb alertou que o Brasil está perdendo oportunidades no setor tecnológico devido à falta de uma estratégia de eletromobilidade, essencial para competir globalmente.
Perspectivas para o futuro
O painel concluiu que o Brasil tem grande capacidade de crescimento na indústria automotiva, desde que haja um foco maior em redução tributária, previsibilidade no fornecimento de peças e investimentos tecnológicos.
Com informações do Estadão Mobilidade.