Em entrevista ao Estadão, Joubert Flores, presidente do conselho da ANPTrilhos, avaliou positivamente os planos de expansão do sistema metroferroviário em São Paulo e defendeu a necessidade de investimentos contínuos no transporte sobre trilhos. Segundo ele, o setor ainda carrega o peso de decisões políticas equivocadas no passado, como a substituição de bondes por ônibus, o que prejudicou a mobilidade urbana a longo prazo.

Foto: Dante Grecco/Estadão
Flores destacou que São Paulo, com 100 km de metrô hoje, deve alcançar 160 km até 2030, graças a obras em andamento como as expansões das linhas 2 e 4 e a futura Linha 6. Ele elogiou a retomada dos projetos de trens intercidades – como os que ligarão a capital a Campinas, Sorocaba e Santos –, reforçando que esse tipo de modal é comum em países menores que o Brasil, como a Espanha, e essencial para conectar regiões metropolitanas.
O executivo também comentou a confiança no transporte sobre trilhos após recentes acidentes no monotrilho e na Linha 5-Lilás, ressaltando que o sistema é seguro e os incidentes são exceções. Ele reforçou que a segurança também depende do comportamento dos usuários e da manutenção contínua das estruturas.
Sobre a demanda de passageiros, explicou que o crescimento de apenas 3,6% em 2024, na comparação com 2023, reflete uma nova realidade pós-pandemia, marcada pelo trabalho remoto. Atualmente, o setor opera com cerca de 80% da demanda registrada em 2019.
Flores ainda comentou o aguardado Plano Nacional Ferroviário, que está em elaboração pelo Ministério dos Transportes. Ele vê potencial em reaproveitar trechos ociosos da malha de carga para uso urbano e espera que a proposta, associada ao PAC e ao BNDES, contribua para uma mudança estrutural no transporte ferroviário brasileiro.
O executivo participará do Summit Mobilidade 2025, promovido pelo Mobilidade Estadão, em 28 de maio, em São Paulo.
Com informações do Estadão Mobilidade.