Velocidade pode chegar a 400 km/h. Novo modelo CR450 supera marcas anteriores e faz parte de plano de expansão da malha ferroviária chinesa
A China deu mais um passo na liderança global em transporte ferroviário de alta velocidade com o lançamento do protótipo do trem-bala CR450, capaz de operar a 400 km/h. O modelo foi testado em Pequim no final de dezembro de 2024 e estabelece um novo marco para trens comerciais, superando os atuais CR400 Fuxing e CR Harmony, que circulam a até 350 km/h.
Segundo a estatal China Railway, o CR450 atingiu 450 km/h em testes de desempenho, 100 km/h acima da velocidade média dos modelos atualmente em operação. Embora ainda sem data definida para início das operações comerciais, o novo trem representa um avanço técnico significativo em tempo de deslocamento, conforto e eficiência.
Apesar da inovação, o título de veículo ferroviário mais veloz do país ainda pertence aos trens de levitação magnética (maglev), também chineses, que podem alcançar entre 600 e 1.000 km/h. No entanto, o CR450 lidera entre os trens-bala de trilho tradicional.
O novo modelo chega após atualizações recentes no CR400, que ganhou mais espaço interno, melhor isolamento acústico e maior capacidade de passageiros. O CR450, por sua vez, vai além, com desempenho aprimorado e testes contínuos voltados à operação segura e rápida em distâncias médias e longas.
Além do investimento em tecnologia ferroviária, a China projeta ampliar sua malha de trens de alta velocidade para 60 mil km até 2030. No fim de 2024, o país já contabilizava 48 mil km em operação e planeja inaugurar mais 2,6 mil km ao longo de 2025. Para isso, o investimento no setor deve alcançar 590 bilhões de yuans em 2025 (aproximadamente R$ 492,8 bilhões), em continuidade ao crescimento de 11,3% registrado em 2024.
Com esse ritmo de expansão, a rede ferroviária chinesa também vem batendo recordes de uso. Em 2024, foram registradas 4,08 bilhões de viagens de passageiros — um aumento de 10,8% em relação ao ano anterior. A expectativa é que o número continue crescendo em 2025, impulsionado por infraestrutura mais moderna e acessível à população.
